Junto
ao sepulcro onde a saudade chora
E
onde o sonho das lágrimas termina,
Abre-se
a porta da mansão divina
Entalhada
em reflexos de aurora.
Não
mais a noite; vive em tudo, agora,
A
beleza profunda e peregrina,
Envolvida
na luz esmeraldina
Da
esperança que vibra e resplendora.
Sem
as sombras das lutas desumanas,
A
alma vitoriosa entoa hosanas,
Ébria
de paz e de imortalidade.
Não
lamenteis quem parta ao fim do dia,
Que
a sepultura em cinza escura e fria
É a
nova porta para a eternidade.
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Observação:
Esta produção surgiu de improviso no curso de uma reunião familiar em que se
não cogitava de assuntos espíritas. O poeta desencarnou no século passado e o
médium é deste século; e conquanto fosse intelectual de prol, a seu tempo, é
hoje um nome esquecido, fora dos meios culturais. Ninguém ali o conhecera nem
dele se lembraria, exceto uma senhora que, em menina, lhe assistira aos
funerais, em Vassouras, onde ele tem precioso jazigo, oferecido pela população
local.
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Livro:
Parnaso de Além-Túmulo
Médium:
Francisco Cândido Xavier
Autor
Espiritual: Espíritos Diversos
Ano:
1932